domingo, 4 de abril de 2010

Ciro Gomes é viável


A grande imprensa, provavelmente para atender a interesses de petistas e tucanos, vem sistematicamente noticiando as dificuldades da candidatura Ciro Gomes. Dizem por exemplo, que o socialista não teria tempo de televisão, palanque nos estados e estrutura financeira para tocar a campanha. Será? Vou mostrar que não é isso.

Quero começar, ao contrário das aves de mau agouro, mostrando os pontos positivos da candidatura do Deputado Ciro Gomes: O PSB é um partido organizado e com uma militância orgânica e animada em todos os estados brasileiros. E o que pude sentir no Seminário Internacional Socialista, promovido pela Fundação João Mangabeira, que aconteceu no Rio de Janeiro, foi uma militância e os diretórios ovacionando o pré-candidato toda vez que este punha os pés no local do evento. “Brasil pra frente, Ciro presidente”, bradava a massa de socialistas que aplaudia e se emocionava com a perspectiva de ter um quadro como Ciro na disputa da presidência da republica. Aliás, sua presença por si só já causava certo frisson entre os presentes. O que me deu a convicção de, hoje, temos um partido pronto para assumir a campanha de rua em todo o país.

O eleitor, por sua vez, já disse que está afim. 11% da população do Brasil disseram que Ciro precisa está no primeiro turno. Ciro é o candidato, fora do esquema PT/PSDB, que mais tem musculatura eleitoral, estando em alguns momentos na frente da candidata do PT. E mais: se avaliarmos as duas candidaturas do “Fla-Flu” partidário, podemos perceber que a candidata petista trabalhou com a máquina do governo federal nas mão em prol de sua candidatura desde sempre, ou seja, do momento em que foi alçada a condição de escolhida do partido, o que lhe garantiu acesso a todos os movimento populares ligados ao PT. O que, diga-se de passagem, não é pouca coisa, pois vai desde MTS, que em muitos casos aterroriza o campo; a CUT, ainda, a maior central sindical do pais; Contag – Confederação de Trabalhadores Rurais; Força Sindical do suspeitíssimo Paulinho da Força; Une – União dos Estudantes Universitários; e mais algumas centenas de entidades como Ongs que passaram os últimos sete anos sendo irrigadas pelo dinheiro público e que, sequer, podem ser fiscalizadas ou enquadradas na lei dos pobres mortais. Além disso, conta com apoio de líderes das mais variadas matizes – disse matizes e não matilhas – como Jader Barbalho, Eduardo Cunha, Fernando Collor, Renan Calheiros, José Sarney e outras companhias pouco ortodoxas para uma candidatura de esquerda.

No outro flanco, temos José Serra e a companhia dos Democratas, que cá pra nós, não é muito diferente desta relação que apresentamos acima. Serra conta com todo o aparato midiático do sul e sudeste. Os empresários paulistas lhe fazem reverencia e os banqueiros dizem que ele deve se decidir logo. Sendo ainda que o próprio PT lhe incensa como adversário preferencial, ou seja, “não podemos deixar que surja uma outra liderança no país. O PSDB nós já conhecemos e sabemos como derrotar” – podem dizer os cardeais petistas.

Com essa conjuntura, um candidato pra romper a barreira dos 10%, tem que ter muita credibilidade junto ao eleitorado, muita força de vontade e muito conteúdo. Ciro por enquanto, só tem o PSB e ainda flerta com PP que avalia se seu projeto se coaduna com a proposta socialista, todos os demais estão a serviço do governo ou da oposição. Imagine, caro leitor, se no arco de alianças do PSB houvesse pelo menos mais dois partidos médio, Ciro já seria hoje o segundo colocado com muita facilidade.

Ciro Gomes foi candidato a presidência por duas ocasiões, ministro de estado por duas ocasiões, governador, deputado estadual, prefeito e está deputado federal. Sempre foi destaque de eficiência e zelo pólo que é público por onde passou. Nunca se registrou uma nódoa de corrupção em sua vida pública, ao contrário, sua honestidade sempre foi exaltada por seus pares e auxiliares, o que seguramente é um orgulho para todos os socialistas brasileiros. O que, aliás, é coisa rara em tempos de mensalões de todas a cores.

Finalmente, gostaria de refrescar a memória dos que dão pouco credito a empreitada do PSB, que Antony Garotinho foi candidato a presidência da república em 2002 e iniciou a corrida eleitoral com algo em torno de 3%. Mas são sobre os números finais que quero tratar. Garotinho saiu das urnas com exatos 17,87%, ou seja, quase 6 vezes mais do que começou. Se Ciro apenas triplicar sua atual intenção de votos, ele estará no segundo turno, não importa contra quem. Pois, se for Dilma que estiver no segundo turno, o eleitorado de Serra migrará naturalmente para o socialista. Se for Serra, o PT não poderá votar no PSDB. Ai, teremos um presidente jovem, preparado e trabalhador.

“Brasil pra frente, Ciro Presidente”.